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A Verdade da Mentira

Acabei de ler o livro Austeridade: A História de uma ideia perigosa do professor de Economia Mark  Blyth. Recomendo vivamente. De uma forma clara explica-nos porque nos encontramos neste embrulhada a que os nossos governantes chamam de austeridade, porque tem tudo para falhar e porque não se aprende com o passado, quando estas medidas já foram usadas antes e também não resultaram. Defende que o euro é que está a impedir os povos europeus de conseguir levantarem-se do buraco onde se enfiaram. Que tudo isto é em prol de manter o sistema financeiro vivo e os mais desfavorecidos serão sempre os mais desfavorecidos porque desta forma não vão ficar melhor do que estavam. E tudo isto porque o euro está feito à imagem e semelhança do marco alemão, criado por interesses politicos e que segue as instruções e filosofias que têm como objectivo proteger os interesses alemães e não os europeus. E ainda assim depois do fiasco em que estamos medidos ainda continuam a aceitar mais países a entrare
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Eleições Autárquicas - O verdadeiro Vencedor

No passado dia 29 de Setembro realizaram-se as eleições autárquicas. No momento em que o país atravessa um período tão dificil e com os constantes erros do actual Governo, era bastante óbvio que o PSD ia perder votos nestas eleições. Fechadas as urnas depois de um dia de chuva intensa por todo o país, eis que os comentadores do costume se afadigam a dar a vitória ao PS e a dizer com as todas as letras que o PSD sai derrotado e que o Governo devia tirar conclusões. Mais diálogos de surdos mudos. O verdadeiro vencedor foi a abstenção. E foram os independentes e foram os votos em branco e nulos. Estes é que venceram as eleições mas os partidos preferem falar em vitórias quando 47,7% da população não votou!!!! E apesar do PS ter ganho mais Câmaras Municipais, perdeu votos e o PSD perdeu votos e o BE perdeu votos! Isto sim merecia ser comentado! Como podem querer que o Governo tire conclusões deste resultado se nem os próprios se debruçam sobre o que é essencial! Que as pessoas estã

Um dia do Trabalhador

Muitos foram aqueles que sendo feriado, trabalharam hoje. Muitos mais foram aqueles que mesmo sendo feriado teriam apreciado ter trabalhado pois significaria que pelo menos tinham trabalho. Muito menos terão sido aqueles que apreciaram ser feriado e não terem ido trabalhar. Assim se passa um feriado que nasceu de reinvidicações que tinham como objectivo reduzir a jornada de trabalho. Hoje com cerca de 17% de desemprego em Portugal, a reinvidicação centra-se no apelo à criação de emprego. Hoje, apesar de toda a evolução tecnológica que tomou conta da produção, dos serviços, trabalha-se mais horas, recebe-se menos salário, a precaridade é elevada tendo em conta os tempos que vivemos. Não parece que se passaram 127 anos que se iniciou o movimento 1º de Maio. Era suposto termos construído algo para o futuro mas em vez disso parece que estamos a voltar ao ponto de partida. A Europa transformou-se numa praça financeira, delegando em países mais pobres a produção de bens, países esses

Um dia Inspirador

Oito da manhã. As pessoas saem do comboio apressadas, colocam-se em fila para passar nas portas automáticas. A manhã está cinzenta, chove. As caras estão fechadas, talvez ainda a dormir ou em modo automato. Seguem para mais um dia de trabalho. Na entrada do metro uma senhora com perto de 50 anos, uma bengala na mão. Parece perdida. Aborda uma jovem. Pede-lhe que a ajude a passar na cancela. O cartão não funciona mas hoje vai ter o passe a funcionar. A jovem recusa. A senhora deambula. Aflige-se. Pergunto se precisa de ajuda. É cega. Sim por favor, para passar na porta automática. Ajudo. Ajudo também a descer a escada. A meio ela desequilibra-se. Felizmente a amparo. Desculpa-se. Ficou nervosa com a situação de não conseguir passar e confessa que apenas perdeu a visão à 16 meses. Ainda não está bem habituada à situação. Mas fala do tema sem pesar, sem mágoa, como um facto consumado. Ajudo-a a entrar no metro e a sentar-se. Acabo por me sentar ao seu lado. Vai falando, conta-me

Que Estado Quero Eu

Os nossos governantes há mais de um ano que andam numa grande azáfama para combater o défice que não pára de aumentar, a tentar encontrar receitas onde já há poucas e a cortar pouco na despesa. Pensariamos nós que seria de começar ao contrário, pelo menos é o que fazemos na nossa economia doméstica mas aparentemente não é assim. Mas ainda não perguntaram ao cidadão, aquele que afinal paga as contas, de que maneira o que realmente deve o Estado fazer. Nem mesmo a oposição, que não tem ideias podia ao menos consultar os seus eleitores já que não tem dinheiro para contratar consultores e trabalham todos por amor à camisola. Pois bem, que quero eu, simples cidadão, do Estado que supostamente gere a minha vida e toma decisões que a afectam? Gostaria que fosse menos complexo e mais focado no que é a sua razão de ser. Que todos os ministérios e funcionários públicos se lembrassem que estão a prestar um serviço ao cidadão, com o dinheiro do cidadão por isso não só deve ter um bom serviço,

E tudo o vento levou

Tinha pensado dar a esta crónica o nome de E tudo o Fisco levou em alusão ao famoso romance de Margaret Mitchell mas de facto o vento está mais em consonância com o temporal que hoje assolou Portugal. E está também alinhado com o "verdadeiro" temporal fiscal que vai afectar os portugueses neste ano de 2013. Ministros portugueses, ministros de outros países europeus, presidentes de países, de parlamentos, de comissões, a todos lhes parece ser esta a melhor receita para combater a crise. Retirar tudo o que as pessoas ganham para alimentar ainda mais máquina estatal com o pretexto de pagamento do dinheiro emprestado que de pouco ou nada vemos. Quando o vento sopra, as árvores abanam e esse movimento parece hipnótico, ficamos paralizados, absortos. Assim parece que o mesmo se passa com os nossos governantes. Parece que a única coisa que parece importar é o dinheiro, é atingir a percentagem da folha de cálculo. Se isso é construtivo? Se isso vai corresponder a um futuro mel

Ida ao Médico de Familia

São 8h30 e chego ao Centro de Saúde da minha área de residência. A minha consulta "obrigatória" estava marcada para essa hora. Sou obrigada a vir a esta consulta porque caso contrário perco o médico de família que tenho, dado que já passou muito tempo desde que cá vim pela última vez e foram precisos 2 meses de espera por ter esta consulta. Ainda nem sequer tinha ido ao novo centro de Saúde agora localizado no meio de um bairro habitacional que deixou de ser calmo e para o qual nem se conhece bem o meio de transporte que ali nos pode levar. -A Dra. está atrasada- informa-me a funcionária. -Muito bem e quantas pessoas tenho antes de mim? - pergunto para calcular a demora. - Tem 3 pessoas - diz. - 3 pessoas? Mas a que horas é que as consultas começam? Pergunto eu admirada pelo nº de pessoas. - Começam às 8h- explica a funcionária - Mas então como é que podem ter 3 consultas em 30 minutos? - insisto. - São 12 minutos cada consulta minha Senhora. Ordens do Sr. Ministro-