Avançar para o conteúdo principal

Praia Artificial de Mangualde

Quando pensamos que já tínhamos visto tudo eis que a vida nos surpreende!
Numa destas noites, estava eu a fazer zapping pelos cento e muitos canais televisivos de que agora dispomos mas cuja maioria pouco ou nada nos entretém, dizia eu à procura de algo que me prendesse a atenção, quando vejo este anúncio espantoso que dizia que Portugal era agora detentor de uma praia artificial.
Melhor, não era uma praia qualquer, é a maior da Europa!!
Portugal quando faz, faz em grande. Além de estarmos à volta com uma divida externa respeitável, termos de ter o FMI a intervir, achamos que ter uma praia artificial, uma grande, a maior praia artificial da Europa é que é uma aposta a fazer.
Tudo estaria muito bem sim sr., não fosse o facto de Portugal ter 1230 quilómetros de costa e a maior área marítima exclusiva da Europa!
Para que precisa um país como o nosso de uma praia artificial ainda para mais a custas do erário público?
Ainda para mais numa altura em que nos debatemos com sérios problemas financeiros?
Numa noticia que li sobre o tema, dizia-se também que este ano a praia não teria ondas porque devido a problemas de financiamento, a máquina responsável por esse efeito ondulante não poderia funcionar.

Temos neste momento uma rede rodoviária nova e bastante extensa, somos um país relativamente pequeno sendo fácil chegar-se do seu litoral ao seu interior.
É para mim incompreensível que se construa em Portugal uma praia artificial!
Nós já não cuidamos das que são naturais com praias a sofrer derrocadas nas falésias ou verem a sua água poluída e vamos construir uma nova, artificial.
Isto é um exemplo da má gestão das autarquias e do facto de ninguém conseguir pôr cobro aos mandos e desmandos gastadores destes presidentes da câmara que continuam a gerir os municípios como dos seus feudos se tratasse.
É por isso que não consigo confiar em regionalização e autonomia pois as pessoas que estão à frente destes organismos já por mais de uma vez demonstraram não ter a capacidade necessária para gerir os bens públicos e os interesses das populações como deveria ter.
Anualmente deveriam ser feitas auditorias às Câmaras Municipais e projectos acima de determinado valor teriam de ser aprovados pelo Ministério das Finanças.
Só assim poderíamos garantir que o dinheiro não é mal gasto e não são geridos ao sabor dos interesses imobiliários.

Comentários

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

Juntas de Freguesia - A favor da eliminação

É talvez o único tema em que estou de acordo com o actual Governo. Já antes deste vir defender esta ideia da eliminação das juntas de freguesia que eu defendia essa medida. Não faz sentido que as maternidades possam ser colocadas a centenas de quilómetros de distância que para lá se chegar é preciso passar por estradas sinuosas e por vezes em más condições de circulação mas as juntas de freguesia tenham que ser ali ao lado, para fazer o quê não sei. E não sei porque vivo à 10 anos numa freguesia de um conselho limítrofe de Lisboa, comprei casa, mudei-me, tratei de toda a documentação de licenças, imi's, imposto daquilo, planta assim, planta assado e quantas vezes tive que me deslocar  à junta de freguesia a que supostamente pertenço? Nenhuma, zero. Tudo o que até hoje tive que tratar de burocracias que estão ligadas ao facto de viver naquele local não passam pela junta. Tudo foi sempre tratado na Câmara que verdade seja dita não é muito longe da minha residência e posso por isso...

Esta distribuição destroi a diversidade e o empreendedorismo do país

Aparentemente a solução para o desemprego português passa pelo empreendedorismo. Os jovens desempregados deveriam todos de ter ideias inovadores com as quais seriam capazes de quebrar o 'status quo' e criar valor para o país. Esta visão de empreendedorismo é extremamente curiosa porque reside no princípio que sem qualquer custo para o país, agarramos em jovens sem esperança e dotados de  cursos com cada vez menos qualidade, e por magia, ops, criatividade, inovação nasceriam empregos para todos. Mas o mais curioso é que este país sempre foi um país de empreendedores, ou não tivesse uma das taxas mais altas de PME's da europa, na sua maioria de empresas familiares. Em que os jovens eram treinados desde pequenos a tomar iniciativa e a correr os próprios riscos. Contudo nos últimos anos o que se têm feito é dar uma machada enorme neste empreendedorismo em prol da grande distribuição. Espaços comerciais destes distribuidores têm aberto em todo o país a um ritmo elevado sem p...