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Juntas de Freguesia - A favor da eliminação

É talvez o único tema em que estou de acordo com o actual Governo. Já antes deste vir defender esta ideia da eliminação das juntas de freguesia que eu defendia essa medida.
Não faz sentido que as maternidades possam ser colocadas a centenas de quilómetros de distância que para lá se chegar é preciso passar por estradas sinuosas e por vezes em más condições de circulação mas as juntas de freguesia tenham que ser ali ao lado, para fazer o quê não sei.
E não sei porque vivo à 10 anos numa freguesia de um conselho limítrofe de Lisboa, comprei casa, mudei-me, tratei de toda a documentação de licenças, imi's, imposto daquilo, planta assim, planta assado e quantas vezes tive que me deslocar  à junta de freguesia a que supostamente pertenço?
Nenhuma, zero. Tudo o que até hoje tive que tratar de burocracias que estão ligadas ao facto de viver naquele local não passam pela junta. Tudo foi sempre tratado na Câmara que verdade seja dita não é muito longe da minha residência e posso por isso ir até lá sem problemas.
Para que serve então? Para afixar editais? Mas hoje em dia há tantas outras formas de fazer chegar a informação sem precisar de estar a pagar a 5 ou 6 pessoas para o fazer...
Vi uma vez os srs. da junta a que pertenço. Estavam entretidos a colocar uma placa com o símbolo da freguesia, numa rotunda. O símbolo ainda grande deu para fazer ali uma pequena festa de celebração: Aqui começa a freguesia de ..... Muito bom! E pronto foi para isso que serviu.
Para quê estar a alimentar uma maquina estatal de postos de trabalho que pouco ou nenhum impacto têm na vida dos cidadãos.
Em Oeiras por exemplo é ainda mais caricato. Temos o edificio da Câmara, imponente no seu estilo de palácio e bem ao estilo do seu presidente que se acha acima da lei, e numa porta ao lado no mesmo edificio está a junta de freguesia de Oeiras. Ora pergunto. Se a Câmara está ali na porta ao lado, que justificação existe para Oeiras além de Câmara anda ter no mesmo espaço  uma junta?
Se funcionar tão bem como aquela a que pertenço que nunca sequer lá entrei, para quê então existir?
Não li a lista de juntas a extinguir proposta pelo Governo mas quase de certeza que não vão tocar nestas juntas que aqui me refiro pois estas são da sua cor partidária e nisso discordo porque aqui o racional deve ser o que faz sentido em termos de serviço prestado versus o valor que custa e não as cores de quem por lá habita.
Mas sim prefiro prescindir de juntas a prescindir de maternidades ou hospitais. Se há pouco dinheiro então que este seja bem aplicado naquilo que faz falta e não dar empregos aos amigos e afilhados em juntas que não trazem valor acrescentado.

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