Acordo. Preparo-me para sair para mais um dia de trabalho. Chego à estação dos comboios. Não há comboios, há greve de maquinistas. Já comprei o passe este mês e já vai na 3ª greve do mês, não me descontam os dias em que não posso usar o passe. Vou de carro, a estrada mesmo em greve não está tão cheia como noutros tempos. A gasolina aumentou pela 50ª vez este ano, torna-se impossível continuar a usar o carro e isso já se nota no fluxo de trânsito. Estaciono numa rua onde penso não haver parquímetros. Em geral gostam de nos fazer andar vários metros à procura de uma máquina que funcione para depois voltar tudo para trás para colocar o talão no tablier. Enquanto faço isso, uns senhores com ar de poucos amigos, entretêm-se com uma chave de fendas a furar a máquina e a retirar todo o dinheiro que ali se encontra, em plena luz do dia e quase em frente a um policia fardado que se encontra ao serviço de um conhecido supermercado. Questionado se não vai fazer nada, diz não poder, está em ser
Crónicas de um cidadão